A composição é a distribuição harmoniosa de um conjunto de elementos visuais, em que o lugar ocupado pelas figuras, os espaços vazios que as rodeiam, as proporções, todos são importantes. No desenho,na pintura, na arte figurativa, na arte publicitária, na fotografia, a composição é vital. Quando harmonizamos elementos de um conjunto, estamos compondo.
Na composição, a criatividade ocupa um lugar destacado que, unida ao conhecimento básico, permitirá a descoberta de soluções para problemas que surgem numa composição plástica. Matisse dizia que: "A disposição da minha pintura tende inteiramente para a expressão pela composição. O lugar ocupado por figuras e objetos, os espaços vazios que o cercam, as proporções, tudo tem seu papel".
Para que possamos compor, devemos conhecer dois grupos de elementos fundamentais que permitirão criar composições agradáveis e atrativas. Esses elementos fundamentais são: ESTRUTURAIS e INTELECTUAIS.
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
São essenciais para uma composição, pois formam a estrutura do trabalho. Estes elementos são LINHA, FORMA, TEXTURA e COR.
LINHA: é o desdobramento do ponto em qualquer direção.
A linha tem apenas uma dimensão: o comprimento.
Mas se trabalharmos com ela, cruzando-a,
envolvendo–a, amarrando-a em si mesma,
ela pode criar a ilusão
de espaço, representar volumes, dar impressão
de profundidade, de distância, etc...
FORMA: identificamos os objetos por sua forma externa. No desenho, é através das formas ou figuras que identificamos nossas ideias procurando simplificá-la.
Forma bidimensional: tem apenas duas dimensões: comprimento e altura; desaparece a ideia de profundidade; o desenho fica como na superfície e não sugere volume.
Forma tridimensional: é a que possui volume; as formas tridimensionais existem na escultura, na arquitetura e podem ser representadas em bidimensão dando a ilusão de volume.
TEXTURA: vários materiais têm superfícies diferentes.
Pode-se perceber isso pelo tato, identificando-se a textura
tátil. Ao representarmos as texturas no desenho, usamos o
recurso das linhas, pontos, etc..., para criar a textura visual.
COR: elemento extremamente importante no aspecto final de uma composição; harmoniza as formas tornando-as agradáveis e atrativas.
ELEMENTOS INTELECTUAIS
Esses elementos da composição são conhecidos através de estudo e pesquisa, usando os elementos estruturais. Os elementos intelectuais são “sentidos”.
EQUILÍBRIO: é a correspondência “ideal e precisa” em peso, área, tom, cor, etc., entre os vários elementos de uma composição. O equilíbrio pode ser simétrico e assimétrico:
Simétrico: as formas estão distribuídas de maneira igual de cada lado de um eixo real ou imaginário (figura a direita).
Assimétrico: o eixo real ou imaginário em relação às formas não existe, mas os elementos da composição devem equilibrar-se (figura a esquerda).
RITMO: é a repetição de elementos da composição acompanhada de partes semelhantes em sua origem e desiguais em sua função. Ritmo é ordem de espaços, de formas, de tons e de cores. O ritmo dá harmonia.
O mais importante é sentir o ritmo.
MOVIMENTO: quando um corpo se move descreve uma trajetória no espaço. Às vezes, a força do movimento leva toda atenção a um determinado ponto, como a teia de aranha. Ao percorremos a imagem com os olhos durante a observação seguindo uma ou várias direções (horizontal, vertical, inclinado e curva), estamos trabalhando também com o elemento básico do movimento. O movimento funciona como uma ação que se realiza através da ilusão criada pelo olho humano. Podemos observar uma imagem estática num papel e parecer que ela está se movimentando para os nossos olhos. Isso acontece devido à maneira como os elementos básicos são arranjados se combinados entre si para criar a ilusão do movimento.
UNIDADE: quando você trabalha em grupos, as ideias de uns, completando as dos outros, unem-se de tal forma que o resultado final, embora um só, é produção de muitos.
Algo semelhante ocorre na composição visual: as partes se unificam, os elementos se combinam, de maneira a formar um todo harmonioso. Quando, no trabalho criador, uma cor não combina com as outras, é como se fosse uma nota desafinada. A forma que não tem afinidade com as outras deve sair da composição ou ser modificada até ajustar-se ao conjunto. Outras vezes falta o ritmo nas cores ou nas formas; ou, ainda, falta ligação entre os vários elementos da composição.
Em tais casos, é necessário modificar até que se resolva o problema, conseguindo-se não apenas uma solução, mas uma solução criativa, original e harmoniosa. Dar unidade é formar conjunto. Platão disse, simplesmente, que a composição consistia em encontrar e representar: a variedade dentro da unidade.
Na figura acima, vemos variedade e unidade.
A unidade está nos cestos e a variedade está nas padronagens
.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMPOSIÇÃO
Todo o trabalho precisa ter um tema principal,
um ponto de interesse (H), para o qual os
olhos do espectador devem ser imediatamente
atraídos. Nos exemplos (A,B, C, D,E) os
elementos estão mal posicionados.
Embora pareça lógico situar o tema principal
no meio do trabalho, essa solução costuma
criar um resultado monótono – a não ser
que a pessoa já possua um senso estético
muito apurado pela experiência.
É mais seguro situar o tema ligeiramente fora
do centro (G). Pode-se fazer composições
equilibradas, dividindo a área do quadro em
"terços” e situando os pontos de interesse
onde as linhas se cruzam.
REGRA DOS TERÇOS
Divide-se a cena em três, na horizontal, e três, na vertical, evitando que o centro de interesse fique ao meio. As melhores imagens são aquelas em que o assunto principal não esteja no centro e sim em um dos quatro pontos de interseção. A colocação em um desses pontos vai depender do assunto e de como ele deve ser apresentado. No caso de uma paisagem, a composição torna-se mais interessante se o horizonte estiver acima ou abaixo do meio. O horizonte não deve ficar no centro do quadro e sim na linha superior ou na inferior quando se quiser dar mais ênfase ao primeiro plano. Esta é uma regra que deve ser seguida, mas pode-se, por razões de expressão ou para isolar um objeto do todo, enquadrar de outra maneira.
O ARRANJO DOS MOTIVOS
Ao combinar um conjunto de motivos para a elaboração de uma composição, corre-se freqüentemente o risco de agrupá-los de maneira desinteressante e monótona. Na verdade, mesmo a mais simples coleção de objetos pode causar forte impacto, se eles forem convenientemente agrupados.
Uma primeira recomendação é situar a linha do ângulo de visão acima do centro do quadro, colocando os motivos a distâncias variáveis dessa linha. Esse tipo de organização espacial dos elementos garante um sentido de profundidade à composição e permite que os olhos do observador se movimentem em torno dos objetos. A sobreposição de motivos em alguns pontos cria espaços interessantes tanto no fundo como no primeiro plano.
Acima de tudo, lembre-se de quebrar a linha do ângulo de visão com alguns ou com todos os objetos, para que eles não fiquem “perdidos” no primeiro plano do quadro. Os objetos são trazidos para frente, interrompendo essa linha e dando mais unidade à composição.
ELEMENTOS DE PROFUNDIDADE
A profundidade é dada por perspectiva, sobreposição, diminuição, claro-escuro. Para representar o mundo tridimensional numa superfície bidimensional – papel ou tela - é preciso usar alguns truques que dão a ilusão de volume. Além do efeito de luz e sombra, outra ferramenta importante é a perspectiva: um conjunto de regras inventadas para simular a deformação dos objetos com a distância. A cor pode ser usada para aumentar a ilusão de espaço na pintura.
Caros visitantes e alunos, espero que as orientações da composição possam auxiliar vocês no momento em que forem desenhar e clicar o celular para compor e captar as fotos. Bom Trabalho!